domingo, 11 de abril de 2010

(... ) José Outeiral comenta o filme (...)


"Sempre é um risco interpretar uma obra de arte, por isso que a biografia de um poeta não pode ser mais do um pé de página. Nós psiquiatras também temos que ter muito cuidado ao interpretar um paciente. Para organizarmos a nossa personalidade é realizada uma divisão em três partes: o espaço, o tempo e a relação social.

O primeiro espaço da gente é dentro do útero materno e daí nos encontramos em vários outros, é o consciente e o inconsciente. Nós somos seres históricos, precisamos de uma historização . A relação emocional tem grande importância nas relações emocionais. Só conseguimos nos personalizar na presença de outro indivíduo.

O filme revela dois tipos de espaço: a casa original da menina (com a presença da dor, sofrimento, momentos de violência) e o momento em que ela recebe amor daquelas mulheres que não têm vínculos de parentesco com ela.

É duro a perca de um familiar muito cedo, faltam elementos para a construção da identidade da pessoa. No momento em que August releva uma caixa com guardados da mãe de Lily ela busca seu inconsciente abrindo a caixa de guardados, isto é em parte a psicanálise.

(...)

Pensem que no filme cada um de nós é parte de um personagem, (somos uma multiplicidade de personagens). Viver em sociedade em parte é reprimir os impulsos"


Obs: Para saber mais sobre José Outeiral, baixar artigos dele e saber quais são as suas publicações entre no site: www.joseouteiral.com


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